A intenção é demonstrar as possibilidades de construir com as crianças desde a Educação Infantil, uma educação para o pensar, um processo reflexivo que oportunizará a formação de cidadania responsável. O pensar é um recurso humano imprescindível, tanto para a produção de explicações, quanto para a constituição dos sentidos, resultando desse exercício de busca pelo significado o seu aprimoramento, enquanto Ser Pensante.
O presente artigo tem por finalidade apresentar a Filosofia como uma metodologia a ser utilizada pelos nós educadores na construção do processo ensino/aprendizagem.
A velocidade com que são produzidas e repassadas as informações exigem uma forma mais elaborada de apreensão, possibilitando, assim, relacioná-las e delas extrair tudo aquilo que está implícito. Além disso, os indivíduos desta sociedade em rápida transformação terão êxito e serão atuantes na medida em que conseguirem interagir autonomamente com o meio em que vivem.
O contexto do mundo atual impõe um grande desafio aos educadores, qual seja a formação de pessoas com as habilidades necessárias para transformar informação em conhecimento e conhecimento em ações conseqüentes. Assim, a intenção é investigar a possibilidade de uma educação reflexiva na Educação Infantil e Séries Iniciais, aceitando a Filosofia não como uma disciplina estanque dentro do currículo oficial, mas sim, como proposta de uma prática pedagógica capaz de possibilitar ao cidadão a compreensão do significado do mundo e de si mesmo.
Neste paradigma educacional não cabe à escola ensinar o produto das investigações, mas ensinar o procedimento investigativo. A meta é desenvolver as habilidades cognitivas dentro de um contexto significativo e não de forma fragmentada e automatizada. E para que isto ocorra, o processo educacional necessita de um método que possa levar o aluno a uma sistematização do seu conhecimento.
Quando dizemos sistematização, vislumbramos um ensino que esteja voltado para uma prática pedagógica que possibilite ao aluno algumas ferramentas de raciocínio, uma metodologia de estudo em que ele possa construir e criar consistência nas argumentações.
Na prática de ensino realizada na Educação Infantil e nas Séries Iniciais, percebemos que é possível trabalhar filosofia com crianças. E que seus resultados podem ser surpreendentes.
De uma forma interdisciplinar a Filosofia pode quebrar a monotonia das aulas, transformando-as em um ambiente agradável e estimulante à aprendizagem.
O QUE É FILOSOFIA?
Historicamente, o primeiro pensador grego a usar a palavra filosofia foi Pitágoras de Samos no Século VIII ac. E desde então se levantou uma das mais profundas discussões de todo o pensamento humano, pois todas as demais questões se ressumem a esta: O que é a Filosofia?
Esta afirmação se consolida quando vemos a tentativa dos Filósofos em conceituar a Filosofia, partindo daí para criar os seus próprios conceitos filosóficos, bem como sua visão de mundo.
Etimologicamente, a palavra Filosofia é composta de dois radicais gregos: Filo - amigo ou amante. Aquele que deseja e se compromete afetuosamente e incondicionalmente a outrem em atitude de amor e lealdade. Sofia – sabedoria. A sabedoria para o grego era algo divino, que era revelado aos mortais pelos deuses. A sabedoria não era adquirida por mérito, mas por dádiva dos deuses.
Segundo Pascal filosofia é paixão, haja vista que o filósofo antes de tudo é um amante da sabedoria. “Toda atitude humana, inicialmente é passional. O que move o mundo não é a razão, mas a paixão, como já dissera o velho Pascal, de que o coração tem razões que a própria razão desconhece. (apud Souza, 1995, p. 67).
Em seguida passamos para uma análise um pouco mais pontual, em que podemos entender a filosofia como algo enigmático, profundamente abstrato e distante da realidade. Essa visão da filosofia decorre dos complexos trabalhos de pensadores que, ao longo da história, refletiram e buscaram diferentes respostas sobre questões que continuamente fazemos ao longo de nossa existência. Indagações sobre o conhecimento, sobre os valores, sobre a natureza, sobre a beleza, sobre o homem. Essas inquietações decorrem da necessidade que todo ser humano tem de compreender o significado do mundo e de si mesmo.
Na busca dessa compreensão criamos novos significados, questionando e tecendo uma teia de relações cada vez mais abrangentes que nos indiquem respostas, mesmo que provisórias. Desta forma, o primeiro passo para a filosofia é a inquietação que conduz ao questionamento.
FILOSOFIA PARA ou COM CRIANÇAS
A princípio, quando pensamos em trabalhar Filosofia com crianças, esta idéia nos causou certo receio. Mas, como trabalhar Filosofia com crianças, sendo elas tão pequenas?
Iniciamos então uma série de estudos para por em prática esta idéia, e, amparados por Matthew Lipman, concluímos que era possível trabalhar filosofia com crianças desde a Educação Infantil.
É muito comum ouvirmos a argumentação que quando a Filosofia é ensinada através do diálogo investigativo, como é proposto no Programa de Filosofia para Crianças e, especialmente, quando os estudantes ainda são crianças, a tendência é que eles saiam de seus cursos mais críticos, mais criativos e mais sensíveis ao contexto em que vivem.
O programa Filosofia para crianças tem inicio no final da década de 60, quando o Professor norte-americano Dr. Matthew Lipman, preocupado com o desempenho insuficiente de seus alunos, concebeu o Programa Filosofia para Crianças, visando cultivar o desenvolvimento das habilidades cognitivas mediante discussões de temas filosóficos e visando, com tais discussões, as iniciações filosóficas de crianças e jovens.
O pensar é recurso humano imprescindível, tanto para a produção de explicações, quanto para a constituição dos sentidos. Exercitá-lo, no enfrentamento das questões envolvidas na busca da construção de significados, pode resultar no seu próprio aprimoramento. E tal aprimoramento ocorrerá se o exercício do pensar merecer atenção e cuidados especiais por parte dos educadores e dos próprios educandos.
Assim como os filósofos, as crianças se perguntam sobre os fundamentos dos valores e dos conhecimentos humanos. Propiciar o processo de investigação filosófica de forma sistemática com crianças é fornecer as ferramentas e um método eficiente para aperfeiçoar o pensamento, pois é na filosofia que se edificam as questões sobre o significado da realidade e sobre o próprio processo do pensar. (LIPMAN, 1995, P. 98)
A meta, segundo Lipman, é desenvolver as habilidades cognitivas dentro de um contexto significativo e não de forma fragmentada e automatizada. Este procedimento foi possível vivenciar durante a prática de ensino realizada na Educação infantil e Séries Iniciais em escolas públicas do município de Tijucas, onde, procuramos trabalhar a Filosofia de maneira interdisciplinar.
Ao realizar-se as atividades com os alunos, possibilitou-se o questionamento, observação, investigação, argumentação, classificação, descrição, verificação, enfim atividades que os alunos participavam em todos os momentos. Desenvolvendo assim sua criatividade, imaginação e raciocínio lógico. Para o envolvimento total dessas crianças o recurso utilizado foi o diálogo, papel fundamental neste contexto.
O diálogo que, por um lado, motiva o exercício de um pensar criterioso, criativo, autocorretivo, sensível ao contexto e, por outro, ensina o exercício de cidadania enquanto respeito ao outro, às opiniões divergentes, à diversidade cultural.
O DIÁLOGO COMO BASE
O diálogo não é uma invenção de nosso tempo e nem é mérito do programa de Filosofia com crianças. Desde os gregos eles se firmam como um importante instrumento no processo do fazer filosófico e na prática educativa. A figura de Sócrates é emblemática nessa atitude de compreender a formação humana e o ato de educar como sendo um permanente exercício dialógico.
Entretanto o diálogo no processo do fazer filosofia com crianças ocupa um lugar especial. Lipman demarca uma posição enquanto mentor do programa com a tese de que a filosofia não é algo a aprender, mas a fazer, a praticar. Tal tese está ancorada na sua convicção de que esse fazer filosófico se realiza, fundamentalmente, pelo diálogo, já que é pela linguagem que a criança desenvolve sua capacidade para pensar. No dizer de Lipman:
Quando as pessoas se envolvem num diálogo, são levadas a refletir, a se concentrar, a levar em conta as alternativas, a enviar cuidadosamente, a prestar muita atenção às definições e as significações, a reconhecer alternativas nas quais não havia pensado anteriormente e, em geral, realizar um grande número de atividades mentais nas quais não teria se desenvolvido se a conversação não tivesse ocorrido (1994 p.44).
Fica evidente que Lipman baseia em sua estratégia filosófica em Sócrates e Vygotsky. Para Vygotsky
O significado das palavras é um fenômeno do pensamento apenas na medida em que o pensamento ganha corpo por meio da fala e só é um fenômeno da fala na medida em que esta é ligada ao pensamento, sendo iluminada por ele. (1998, p.151)
Lipman é um neo-socrático, alguém que aposta no diálogo com as pessoas, que busca “fazer pensar”.
Segundo Souza, Lipman descobre em Vygotsky a construção social da mente:
(...)sua comunidade de investigação não é senão “uma estratégia de implantação de uma zona de desenvolvimento proximal discursiva, em que ao mesmo tempo que se raciocina, o raciocínio não é solitário nem autodidata; não há o aluno universal; há apenas o colega com quem se discutem os sentidos das coisas (1995, p. 130).
O PROGRAMA DE FILOSOFIA NAS ESCOLAS
O programa de filosofia para o Ensino Fundamental é novo no Brasil. Dos anos que está sendo divulgado, Santa Catarina participou ativamente desta história em seus 21 anos. Foi através do Centro de Filosofia “Educação para o Pensar” que se pode organizar o Programa de Filosofia elaborado pelo Professor Silvio Wonsovicz, em boa parte do território catarinense e, nesses vinte e um anos, expandir-se em forma de núcleos para todo o país.
O que chama a atenção é como o programa é construído, como o método se torna eficaz e de como ele se desenvolve nas aulas no ensino fundamental. Há dois enfoques: um reflexivo, com temas filosóficos sem que se caia no academismo ou no estudo dos filósofos e em seus pensamentos; outro dialogal, ressaltando a interdisciplinaridade, a convivência com os demais e exercitando o respeito pelas idéias alheias, demonstrando claramente que o que se quer com a filosofia é que através do envolvimento texto-tema, vida, reflexão e ação sejam um todo.
De forma geral a finalidade do programa Filosofia para Crianças na visão de Lipman, é:
(...) estimular crianças a pensar, desenvolver suas habilidades cognitivas para que raciocinem bem, envolve-las em diálogo disciplinado para que raciocinem juntas, desafia-las a pensar sobre conceitos significantes da tradição filosófica e ainda desenvolverem sua capacidade de pensarem por si mesmas para que possam pensar racional e responsavelmente quando confrontadas com problemas morais. (1990, p. 102)
Este é o individuo que pretendemos formar. A educação tem relevante papel na formação deste novo indivíduo. A simples transmissão de informações produzidas ao longo da história já não basta.
Cabe à Educação dar os instrumentos necessários para que a partir do que já foi construído as pessoas possam elaborar novos conhecimentos, desenvolver seu potencial criativo, enfrentar novos desafios, relacionar as informações e tirar suas próprias conclusões.
Acreditamos que a filosofia tem como finalidade ensinar a pensar, e é dentro do espaço escolar, que ela terá maior entrada até por sua condição de contribuir para uma educação mais reflexiva. Será então cada vez mais necessária e o que pesará na vida das pessoas, a necessidade de aprenderem a pensar.
E é neste sentido que se destaca o programa de filosofia “Educação para o pensar”, com destaque para a comunidade de aprendizagem investigativa, símbolo de diálogo, socialização das idéias e intercâmbio entre os alunos. O núcleo aglutinador não se reduz ao professor como autoridade do saber ou das decisões, a autoridade não é mais privilégio dos professores, mas compartilhada com todos.
A discussão da maturidade infantil é um assunto muito forte provocando questionamentos: Qual é a idade correta para aprender?
O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições nucleares concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
A revista VEJA (2002) publicou uma pesquisa onde defende o potencial que o cérebro da criança possui. Este mesmo artigo apresenta a teoria de que o cérebro da criança é receptivo ao aprendizado, citando inclusive pesquisa que confirma o desempenho cerebral e os estímulos externos estariam não no número de neurônios, “... mas na quantidade e na complexidade das conexões cerebrais”. (FRANCO, 2002, p. 27).
Dentre as muitas teorias sobre o desenvolvimento humano destacamos inicialmente as teses de Jean Piaget, com sua visão interacionista, notadamente a relação de interdependência entre o homem e o objeto do conhecimento.
Piaget formula o conceito de epigênese, argumentando que o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito.
Quer dizer, o processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada pela ação e interação do organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia, ou seja, existe uma relação de interdependência entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer.
Esse processo, por sua vez, se efetua através de um mecanismo que consiste no processo de equilibração progressiva do organismo com o meio em que o indivíduo está inserido, qual seja a marcha do organismo em busca do pensamento lógico. Como lembra FREITAS (2000, p.17), "(...) a lógica representa para Piaget a forma final do equilíbrio das ações. Ela é um sistema de operações, isto é, de ações que se tornaram reversíveis e passíveis de serem compostas entre si'".
Piaget sustenta que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo, mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto. É de clareza solar que está implícito nessa ótica de Piaget que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o mental, no entanto, esse fato não assegura o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da interação do sujeito com o objeto a conhecer.
Por sua vez, a relação com o objeto, embora essencial, da mesma forma também não é uma condição suficiente ao desenvolvimento cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o exercício do raciocínio. Por assim dizer, a elaboração do pensamento lógico demanda um processo interno de reflexão. Tais aspectos deixam à mostra que, ao tentar descrever a origem da constituição do pensamento lógico, Piaget focaliza o processo interno dessa construção.
O desenvolvimento humano, no modelo piagetiano, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio. (FREITAS, 2000, p. 118)
Em face às discussões apresentadas acima, cremos ser lícito concluir que as idéias de Piaget representam um salto qualitativo na compreensão do desenvolvimento humano, na medida em que é evidenciada uma tentativa de integração entre o sujeito e o mundo que o circunda.
Resta saber, contudo, se o Programa Filosofia para Crianças é realmente viável para crianças e adolescentes. Lipman não apresenta nenhuma dúvida quanto à viabilidade do seu projeto. Em seu livro “A Filosofia na Sala de Aula” apresenta o seguinte raciocínio:
O objetivo de um programa de habilidades de pensamento não é transformar as crianças em filósofos, em tomadoras de decisões, mas ajudá-las a pensar mais, ajudá-las a serem indivíduos mais reflexivos, ajudá-las a terem mais consideração e serem mais razoáveis. As crianças que foram ajudadas a serem mais criteriosas não só tem um senso melhor de quando devem agir, mas também de quando não devem fazê-lo. (LIPMAN, 1994, p. 35)
Souza reforça esta questão e justifica com os dizeres de Tomás de Aquino o significado de educar e desde quando se pode iniciar uma educação humana:
“[...] partimos da apresentação de Santo Tomás que, desde os cinco anos, viveu toda a sua vida como estudante e professor. Para ele, o ensino não era apenas uma transmissão de conhecimentos, mas, sim formação integral da pessoa humana”.(SOUZA, 1995 p. 93).
A filosofia começa quando começamos a investigar rigorosamente nossos valores, nossos conhecimentos, e a buscar significados para o mundo em que vivemos. É uma reflexão radical, pois o pensar ultrapassa os limites do senso comum. Em nossa sociedade nos acostumamos a aceitar conceitos e valores sem questioná-los ou investigá-los. As crianças trazem em si a vontade de descobrir, de entender o mundo. Ainda não se acostumaram com as "evidências do cotidiano".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os desafios encontrados neste artigo, sem dúvida, foram em ser necessário o “debruçar-se” sobre os mais variados filósofos que defendiam correntes até certo ponto antagônicas.
Outro ponto importante foi à procura de como se deve fazer filosofia com crianças. A partir daí analogicamente ver se o que Lipman propõe pode ser chamado de filosofia.
A filosofia é uma ciência milenar e que ao longo dos tempos sofreu várias mudanças no método, na aplicabilidade e na conceituação; o que não mudou foi com relação ao objeto: “levar a pensar”.
Podemos observar no decorrer da pesquisa realizada junto aos alunos da Educação Infantil e das Séries Iniciais do município de Tijucas, que a Filosofia não tem um efeito imediato ou até uniforme nos seus resultados. Deve-se desatacar que além do conteúdo uma grande parcela do sucesso do programa está na condução pedagógica do professor.
Observando este aspecto nas aulas de filosofia, a postura pedagógica criativa do professor favorece maior assimilação por parte do aluno e, por conseqüência maior desenvoltura na prática diária dos temas. Maior poder de questionamento, mais argumentação, organização nas suas atividades, maior ponderação.
Comprovamos que é possível trabalhar Filosofia de maneira interdisciplinar, utilizando o diálogo como principal instrumento.
Temos consciência de que a filosofia não é a matéria que irá mudar ou transformar as crianças. Estaríamos redondamente equivocados se assim concluíssemos. A certeza é de que na vida social, intelectual e criativa da criança haverá mudanças significativas. O aluno torna-se mais questionador e, portanto com o passar do tempo sua estrutura mental tornar-se-á mais ordenada. Com esse início de pesquisa desenvolvida, podemos entender que a filosofia de fato é uma atividade mental, o seu maior potencial se desenvolve à medida que se avança na idade.
O homem é um eterno insatisfeito de sua condição. Às vezes, precisa de coragem para partir em busca de um sentido da sua vida e do mundo que o cerca. Neste momento a filosofia se torna antropologia, ou melhor, dizendo, a filosofia ascende à tarefa de gerar o homem. Para tal, é preciso coragem e rompimento com tudo que o impede de ousar. E a filosofia se torna a abertura para o pensamento autônomo, e para fazer-se isto, não é necessário esperar pela idade adulta para iniciar ao pensar. É como se quiséssemos formar um atleta somente após seus músculos serem desenvolvidos.
Amparados em Lipmam, (1994), Vygotsky (1998) e outros, adquire-se a certeza, que o desenvolvimento do raciocínio pode ser exercitado desde criança. Estaremos, assim, preparando o indivíduo autônomo para o amanhã. Este é o sujeito que estará mais atendo e mais ciente de seus limites e das próprias forças. Enfim, mais preparado para a maratona da vida, partindo de onde outros na sua idade estariam na chegada.
eise Cristina da Silva 1
Glória Maria Alves Ferreira Cristofolini 2
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