terça-feira, 31 de agosto de 2010

Quem sou eu como professora e aprendiz?


Como diz Paulo Freire, o mais importante é que nós, educadores, acreditemos no nosso potencial de aprendizagem, ao mesmo tempo que reconhecemos e aceitamos nossos limites, nosso jeito de ser. Ao assumir a condição permanente de aprendiz, me tornei professora, vendo crescer continuamente em mim o desejo de aprender, o prazer e o entusiasmo diante do novo,
Quando assumi o cargo de professora do 1º segmento do ensino fundamental, ao passar em um concurso estadual, decidi que seria a melhor professora dessa área. A intenção era fazer várias graduações em diferentes áreas e ter o máximo de conhecimento para “passar” para os meus alunos. Mas... as coisas mudam. E eu gosto de acompanhar as mudanças, inclusive por que essas acontecem no nosso íntimo, também. A Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996 desobrigou o Estado de oferecer o 1º segmento do ensino fundamental. Ao mesmo tempo, o professor concursado para esta área não poderia assumir turmas no 2º segmento do ensino fundamental ou do ensino médio, mesmo que tivesse habilitação para tal. Para não perder o contato com os alunos, assumi cargos que, indiretamente, estão ligados a eles como coordenação pedagógica , por exemplo. O contato com os alunos me faz adentrar o universo do aprender, do novo, da descoberta e isso me faz sentir que estou viva, atuante, útil.
Hoje, sou graduada em Pedagogia (UERJ, 2001) e em Biologia (CEDERJ, 2009). Já cursei 2 períodos de Matemática na UFF e dois períodos do mesmo curso no CEDERJ. Como gosto muito de aprender e o meu interesse não se fixa em apenas uma área não consigo me decidir por uma especialização. Mas aprendi que tenho que buscar saber o que preciso saber diante de uma situação, em um determinado momento, ou seja, direcionar o meu aprendizado para minhas necessidades pessoais e profissionais.
Como orientadora tecnológica (minha função atual) me deparo com novos desafios e oportunidades de aprendizado. Fiz alguns cursos na área de informática educativa, mas tenho muito o que aprender. Dominar as máquinas e os softwares não me fazem boa educadora. Minha pretensão é utilizá-las como ferramenta de ensino, podendo contribuir para a melhoria da qualidade do ensino oferecido. Desejo, também, apresentar para os alunos novas formas de utilização das tecnologias, que não lhes são novidades, uma vez que já nasceu em meio as linguagens digitais, mas ainda não as compreende como ferramenta de aprendizagem, como meio de crescimento pessoal.
Como professora tento ser coerente com os valores que elegi para minha vida, pratico o ouvir o outro que me ouve, a troca com os alunos, pois é através deles, do contato com eles que me vejo como educadora. Acredito que ao demonstrar entusiasmo diante do aprender, da descoberta, estou incentivando meu aluno a buscar aprender e sentir o mesmo prazer em descobrir algo e, ainda, contribuindo para a formação de uma cultura de aprendizagem em nossas escolas. Dessa forma, estarei auxiliando na preparação do jovem para assumir a direção do seu futuro, buscando saber o que lhe é necessário para se tornar um cidadão autônomo e atuante na sociedade.

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